O aplicativo BlaBlaCar chegou no Brasil em novembro de 2015 com um objetivo ousado: juntar estranhos dentro do mesmo carro, não por uma breve corrida como nos outros apps de transporte, mas por horas, em viagens intermunicipais. Hoje, com 5 milhões de brasileiros utilizando a plataforma, a startup francesa quer expandir os negócios.
O serviço funciona de forma colaborativa, ou seja, não é possível lucrar com as viagens. Para pegar carona, basta se cadastrar gratuitamente pelo aplicativo ou site e indicar a cidade para onde quer ir com a respectiva data. O sistema acha um usuário que esteja fazendo o caminho e os dois podem combinar a carona. O motorista também se cadastra de graça, fornece suas informações e estabelece um valor simbólico para cobrir seus custos.
Em 2019, foram 8 milhões de viajantes, o dobro do ano passado, e a expectativa dos diretores é que o número dobre de novo em 2020, para isso, a empresa planeja oferecer no aplicativo poltronas de ônibus regulares de turismo e ocupar os assentos vazios.
“No Brasil, podemos intermediar a venda de centenas de assentos vazios, de empresas estabelecidas. Essa possibilidade é importante para nós, porque hoje o crescimento da clientela do BlaBlaCar é limitado pela oferta de viagens, não pela demanda. Com o nosso serviço, a ocupação média dos carros na estrada dobra de 1,9 para 3,8 passageiros. Se existe um gargalo na oferta dos carros e os ônibus têm lugares sobrando, então vamos trabalhar juntos. Estamos falando com as empresas de ônibus para incorporar a venda de passagens à nossa plataforma.” afirma Ricardo Leite, diretor geral da empresa no país.
A estratégia vai ao encontro do mercado rodoviário, uma vez que as empresas de ônibus estão começando a adotar o bilhete eletrônico e facilitar as autorizações para operação. Até 2022 a BlaBlaCar espera que o ônibus se iguale às caronas, que também terão um investimento maior, focado na demanda das cidades pequenas.