Os conselhos da montadora francesa PSA, responsável pela Peugeot, e da Fiat Chrysler (FCA) aprovaram a fusão de seus negócios, nesta quarta-feira (18). O acordo criará a quarta maior fabricante de automóveis do mundo, com valor de mercado de cerca de US$ 50 bilhões.
A aliança entre montadoras já se tornou comum no setor. Na liderança, está o grupo alemão Volkswagen, que engloba, entre outros, Porshe, Audi e Scania; seguido pela parceira Renault-Nissan-Mitsubishi e, em terceiro lugar, a japonesa Toyota, que possui Daihatsu e Hino Motors.
O novo grupo incluirá as marcas Abarth, Fiat, Jeep, Dodge, Lancia, Ram, Chrysler, Alfa Romeo, Maserati, Peugeot, Citroën, DS, Opel e Vauxhall, atendendo mercados de massa, caminhões, veículos comerciais leves e carros de luxo.
A finalização da proposta deverá acontecer entre 12 e 15 meses a partir deste anúncio, sujeita às aprovações de acionárias. A FCA distribuirá um dividendo de 5,5 bilhões de euros aos seus acionistas, enquanto a PSA fará a distribuição de sua participação de 46% na Faurecia, fabricante de autopeças.
A sede da empresa mãe do grupo ficará na Holanda, mas suas ações continuarão sendo negociadas nas bolsas de Paris, Milão e Nova York. O atual presidente da Fiat Chrysler Automobil (FCA) e herdeiro da família Agnelli, John Elkann, presidirá o conselho de administração, enquanto Carlos Tavares, presidente do conselho do grupo PSA, será o diretor geral do novo grupo.
As possíveis demissões ocasionadas pela fusão preocupam. O grupo combinado tem atualmente cerca de 400 mil funcionários. Governos da Itália e França estão receosos com as potenciais implicações da operação na força de trabalho local.
Tavares espera que as companhias não tenham que fazer amplas concessões para verem a fusão ser aprovada por autoridades de defesa da concorrência, mas acrescentou que estão preparados para isso. Ele reafirmou que as montadoras poderão alcançar bilhões de euros em economias anuais sem ser preciso fechar fábricas, mas não descartou a possibilidade de demissões ao ser questionado a respeito: “Trata-se da indústria de veículos, não da PSA.”
No Brasil, maior mercado da Fiat Chrysler fora da Itália, existem duas fábricas, em Betim (MG) e Goiana (PE), já a PSA tem um polo automotivo em Porto Real (RJ) com fábricas de veículos e motores.
“Nossa fusão representa uma oportunidade formidável para adquirir uma posição mais forte na indústria automobilística, quando estamos em uma transição para uma mobilidade limpa, segura e duradoura. Queremos oferecer a nossos clientes produtos, tecnologias e serviços do melhor nível”, declarou Tavares em conferência telefônica à imprensa.